Quero nascer de novo em cada dia que nasce.
Quero ser outra vez novo, puro, cristalino.
Quero lavar-me, cada manhã,
do homem velho, da poeira velha,
das palavras gastas, dos gestos rituais.
das palavras gastas, dos gestos rituais.
Quero reviver a primeira manhã da criação,
o primeiro abrir dos olhos para a vida.
Quero que cada manhã,
a alma desabroche do sono como a rosa do botão,
e surja, como a aurora do oceano,
ao sorriso dos teus lábios, ao gesto de tua mão.
Quero me engrinaldar para a festa renovada
com que cada dia nos convidas e
desdobrar as asas como a águia em demanda do sol.
Quero crer, a cada nova aurora,
que esta é a definitiva,
a do encontro com a felicidade,
a da permanência assegurada,
a de teu sim definitivo.
Francisco Cândido Xavier