“Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Vereis, desde que não sejas cegos; e se não fordes surdos, escutareis, porque muitas vezes vos fala uma voz, revelando a existência de um ser que vos é exterior.”
Os que pensam que, com a morte entra a alma no todo universal, cometem um erro se por isso entendem que, como uma gota d´água no Oceano, a alma perde a sua individualidade; estão certos se entendem pelo todo universal o conjunto dos seres incorpóreos dos quais cada alma ou Espírito é um elemento.
Se as almas se confundissem na massa, teriam apenas as qualidades do conjunto e nada as distinguiria uma das outras: nem teriam inteligência nem qualidades próprias; ao passo que, em todas as comunicações, elas revelam a consciência do Eu e uma vontade distinta.
A infinita diversidade que apresentam, sob, todos os aspectos, é conseqüência mesma das individualidades. Se,após a morte, houvesse apenas aquilo que se chama o grande Todo, absorvente de todas as individualidades, o Todo seria uniforme e desde então idênticas todas as comunicações recebidas do mundo invisível.
Desde que aí encontramos seres bons e maus, sábios e ignorantes, felizes e desventurados; desde que os há de todos os caracteres: alegres e tristes, levianos e profundos, etc, é evidente quando estes seres provam a identidade por meio de sinais incontestáveis, de detalhes pessoais relativos à sua vida terrena, o que pode ser constatado.
Ela não pode ser posta em dúvida quando eles se manifestam visíveis nas aparições. A individualidade da alma foi-nos ensinada em teoria, como um artigo de fé.
O Espiritismo a torna patente e, de certo modo, material.
Trecho extraído do “Livro dos Espíritos”
Allan Kardec