LUZ

Disciplina,fé, perseverança,humildade,compaixão e fraternidade
Em exercício são degraus necessário,
E o esforço íntimo de renovação uma contante
Para aqueles que buscam a união com a Divina luz do amor

4 de fev. de 2012

AMOR É PROSA, SEXO É POESIA

Sábado, fui andar na praia em busca de inspiração para meu artigo de jornal. 
Encontro duas amigas no calçadão do Leblon:
- Teu artigo sobre amor deu o maior auê... – me diz uma delas.
- Aquele das mulheres raspadinhas também... Aliás, 
que você tem contra as mulheres que barbeiam as partes? – questiona a outra.
- Nada... – respondo. – Acho lindo, 
mas não consigo deixar de ver ali nas partes dessas moças um bigodinho sexy... 
não consigo evitar... Penso no bigodinho do Hitler, do Sarney... 
Lembram um sarneyzinho vertical nas modelos nuas... 
Por isso, acho que vou escrever ainda sobre sexo...

Uma delas (solteira e lírica) me diz:
- Sexo e amor são a mesma coisa...
A outra (casada e prática) retruca:
- Não são a mesma coisa não...

Sim, não, sim, não, nasceu a doce polêmica ali à beira-mar. 
Continuei meu cooper e deixei as duas lindas discutindo e bebendo água-de-coco. 
E resolvi escrever sobre essa antiga dualidade: sexo e amor.

Comecei perguntando a amigos e amigas. Ninguém sabe direito. 
As duas categorias trepam, tendendo ou para a hipocrisia ou para o cinismo; 
ninguém sabe onde a galinha e onde o ovo. Percebo que os mais “sutis” defendem o amor, 
como algo “superior”. Para os mais práticos, sexo é a única coisa concreta. 
Assim sendo, meto aqui minhas próprias colheres nesta sopa.

O amor tem jardim, cerca, projeto. O sexo invade tudo isso. Sexo é contra a lei. 
O amor depende de nosso desejo, é uma construção que criamos. 
Sexo não depende de nosso desejo; nosso desejo é que é tomado por ele.
Ninguém se masturba por amor. Ninguém sofre de tesão. 
O sexo é um desejo de apaziguar o amor. 
O amor é uma espécie de gratidão posteriori pelos prazeres do sexo.

O amor vem depois, o sexo vem antes. No amor, perdemos a cabeça, 
deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. 
O amor precisa do pensamento.
No sexo, o pensamento atrapalha; só as fantasias ajudam. 
O amor sonha com uma grande redenção. 
O sexo só pensa em proibições: não há fantasias permitidas. 
O amor é um desejo de atingir a plenitude. 
Sexo é o desejo de se satisfazer com a finitude. 
O amor vive da impossibilidade sempre deslizante para a frente. 
O sexo é um desejo de acabar com a impossibilidade. 
O amor pode atrapalhar o sexo. Já o contrrário não acontece. 


Existe amor sem sexo, claro, mas nunca gozam juntos. 
Amor é propriedade. sexo é posse. 
Amor é a casa; sexo é invasão de domicílio. 
Amor é o sonho por um romântico latifúndio; já o sexo é o MST. 
O amor é mais narcisista, mesmo quando fala em “doação”. Sexo é mais democrático, 
mesmo vivendo no egoísmo.

Amor e sexo são como a palavra farmakon em grego: remédio e veneno. 
Amor pode ser veneno ou remédio. Sexo também – tudo dependendo das posições adotadas.
Amor é um texto. Sexo é um esporte. 
Amor não exige a presença do “outro”; o sexo, no mínimo, precisa de uma “mãozinha”. 
Certos amores nem precisam de parceiro; florescem até mas sozinhos, 
na solidão e na loucura. 
Sexo, não – é mais realista. Nesse sentido, amor é uma busca de ilusão. 
Sexo é uma bruta vontade de verdade. 
Amor muitas vezes e uma masturbação. Seco, não. 
O amor vem de dentro, o sexo vem de fora, 
o amor vem de nós e demora. O sexo vem dos outros e vai embora. 
Amor é bossa nova; sexo é carnaval.

Não somos vítimas do amor, só do sexo.
 “O sexo é uma selva de epiléticos” ou
 “O amor, se não for eterno, não era amor” (Nelson Rodrigues).
 O amor inventou a alma, a eternidade, a linguagem, a moral. 
O sexo inventou a moral também do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge. 
O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes paixões. 
O sexo é mais quieto, como um caubói – 
quando acaba a valentia, ele vem e come. Eles dizem:
 “Faça amor, não faça a guerra”. Sexo quer guerra. 
O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo. 
Amor é egoísta; sexo é altruísta. 
O amor quer superar a morte. No sexo, a morte está ali, nas bocas... 
O amor fala muito. O sexo grita, geme, ruge, mas não se explica. 
O sexo sempre existiu – das cavernas do paraíso até as saunas relax for men.

Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas provinciais do século XII e, depois, 
revitalizado pelo cinema americano da direita cristã. 
Amor é literatura. Sexo é cinema. 
Amor é prosa; sexo é poesia. Amor é mulher; sexo é homem – 
o casamento perfeito é do travesti consigo mesmo. 
O amor domado protege a produção. 
Sexo selvagem é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado.
 Por isso, a única maneira de controla-lo é programa-lo, como faz a indústria das sacanagens. 
O mercado programa nossas fantasias.
Não há saunas relax para o amor. 
No entanto, em todo bordel, 
FINGE-SE UM “AMORZINHO” PARA INICIAR. 
O amor está virando um “hors-d’oeuvre” para o sexo. 
O amor busca uma certa “grandeza”. O sexo sonha com as partes baixas. 
O PERIGO DO SEXO É QUE VOCÊ PODE SE APAIXONAR. 
O PERIGO DO AMOR É VIRAR AMIZADE. 
Com camisinha, há sexo seguro, MAS NÃO HÁ CAMISINHA PARA O AMOR. 
O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. 
Amor é o sonho dos solteiros. 
Sexo, o sonho dos casados. Sexo precisa da novidade, da surpresa. 
“O grande amor só se sente no ciúme” (Proust). 
O grande sexo sente-se como uma tomada de poder. 
Amor é de direita. Sexo, de esquerda 
(ou não, dependendo do momento político. Atualmente, sexo é de direita. 
Nos anos 60, era o contrário. Sexo era revolucionário e o amor era careta). 
E por aí vamos. Sexo e amor tentam mesmo é nos afastar da morte. 
Ou não; sei lá... e-mails de quem souber para o autor.


Arnaldo Jabor

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AMOR

Que teu amor transforme
Os teus dramas em luz
A tua tristeza em celebração,
E os teu passos cansados
em alegres passos de dança renovadora
Que jamais, em tempo algum,
Tu esqueças da presença que esta em ti e em todos os seres
que teu viver seja pleno

A PROCURA DA PAZ

Se tristeza vier por qualquer motivo,faça o seguinte:
Evite as sombras que ficaram para tráz, olhe o caminho a sua frente e siga sempre. Assopre o pensamento triste, deixe escorrer a última lágrima,vá até o final do poço, mas volte renovado. Então respire fundo tirando da natureza a energia para elevar sua alma. Abra então a janela, aquela que dá para o vôo dos pardais, procure a luz que pisca adiante. Ao encontrá-la, coloque-a dentro do peito,de tal jeito que possa ser notada do lado de fora; Espalhe esta luz em torno de si...
De amor a todas as criaturas vivas...
A felicidade é o seu objetivo... e a paz que você procura sera encontrada dentro de de você onde DEUS deixou um pedacinho de si.